Na nova escola, o rapazote já chegou de material na mão. Carregava também consigo as gírias locais, aprendidas na escola anterior, além de amargas experiências de convívio. Por esses motivos, não foi alvo de provocações.
Ele já estava cursando o terceiro ano ginasial quando, depois de uma tola discussão com um de seus companheiros de classe (o menor deles), partiu para cima do mesmo, desferindo dois socos no peito e um chute na coxa. O rapazinho recebeu os golpes, caindo sentado em uma das cadeiras da classe. Nada fez: não reagiu, não xingou, não chorou. Depois de alguns instantes, levantou-se e saiu solitariamente da sala de aula.
Foi instantâneo o arrependimento do agressor. O que tornava pior a situação foi o estado catatônico do rapazinho. Pensamentos alterados perambulavam pela cabeça daquele que já tinha experimentado o sabor de apanhar: “Se ao menos ele tivesse me xingado!”, “Ele é um idiota, ele mereceu!”. A verdade é que nenhuma desculpa cabia como justificativa para uma atitude tão brutal e sem sentido. Nesse dia, esse rapaz experimentou o arrependimento, um sentimento amargo e gelado, que começa no peito e se irradia por todos os membros do corpo.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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